["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Despedida







                                                                                 Em memória às paredes de minha casa


Pincela...
Pincela...
Cria e recria a imagem das coisas
Desfruta de toda poesia das cores
Inunda de momentos a parede-tela de palavras
Esborra sentir em multe-escrita-color
Pincela...
Pincela...
Cobre com o [cal]do branco
Descolore o que se formou
Guardando por baixo da figura limpa
A ilusória sensação de que tudo passou
Pincela...
Pincela...
Não há mais vida nem cor

segunda-feira, 5 de novembro de 2012







Pensamento é que nem uma linha puxada no tempo
Que quando se enrola vira carretel
E se embaraça, cria um nó com o vento
E pra soltar lá dentro
Só mesmo pipa caminhando na mente 

sábado, 13 de outubro de 2012

Definições





A rubra cor da pele entre sombras e apelos
A curva flor de Vênus forma em ventre
A figura turva da tela arte corpo
A beleza antiga nova perfeição
A estrada de líquido divino em sensação
A manhã finda em desejos
A fruta doce molhada alado
A fêmea invadida duração    
A própria definição sem razão 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Lucidez








Livrinho de papel finíssimo
Gomado para cigarros
Fumaça...
Puxa, prende, traga
Na bolsa de palha já amaçada
De rolo a tabaco 
Fumaça...
Névoa migalhada, esfumaçada
Efêmera realidade parada 
Das criações humanas



quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Viernes





No meu sangue correm as veias
Desfruto de qualquer avesso 
Da porta aberta enigmática do apego
Tal qual o gole de genebra frio
Em um despetalar de almas do desejo
Escorrem fora de mim...
Fervem dentro de mim...
Andam por entre as minhas pernas
De um momento feérico
De um feixe em mãos e pele
Até fenecer e renascer em descompasso
...
Amadurece a noite
Internaliza-se o instante
Da lembrança do que passou 

sábado, 25 de fevereiro de 2012

a Djan Alves


Com o rosto uma gota a cruzar
E um ar de desmazelo
Roteando em mente os gracejos abdicados
Aqueles não existentes
Mas desejados
Controladores de todo corpo
Pondo sobre a mesa vidente
Não o futuro
Sim o passado
Nocivo e obscuro diante o espelho narcísico quebrado
De imagem em refração
Transformada e moldada em tantas
Pequenas...
Minúcias...
Migalhas...
Do reduto peito
Perdido longinquamente sem ênfase
Na árvore frutífera do nada
Mas a gota corre a face sem chagar ao chão
Dissecando
Secando ao meio
Partindo apenas... ou furando
Não o que bate pelo próprio pulsar de vida
Mas sim
A espinha dorsal do ego
Único e exclusivo afeto