["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

sábado, 17 de setembro de 2016



Talvez eu queira essa imagem
Onde diz: aqui mora a poesia
Quer dizer...
“A poesia fica aqui”
Como uma espécie de viga ou de cano
Ao quebrar  entre um L
Duas palavras de par em par
Evidenciando que lavai eu que... “ia”
Outra palavra entortar
Numa esquina em qualquer canto


sábado, 3 de setembro de 2016

"Amor de Beliche”

Uma janela. Abaixo dela a configuração de um ato, a medida inexata daqueles que tecem o engano. Poderia, se de fato fosse, ser uma mentira como tantas outras contadas. Fato era que, naquela noite a alegria andava solta em todos os cantos: ruas, becos, avenidas, ruelas. Para todos os lados, em nada se pensava a não ser festejar. Eram dias e noites de glória. Mas, houve um dia, um feliz dia, em que uma janela faria toda diferença. Um traço do que faria o destino com aquelas almas ludibriadas, seria o verde nos olhos. Despir-se de si, despir-se do outro parecia fácil demais, para não dizer confortável demais. Cama sobre cama, como um edifício se fez montar (uma montanha). Era improvável tentar deter algum tipo de reação das naturezas presentes, o importante, é que naquele momento nada existia. Todo o resto é que era uma ficção mal inventada desses livros que vendem em feira, como baldes. Não se pode dizer que o silêncio tomou conta do espaço formado, ao contrário, de muito, um pouco se falou. Descortinando pessoalidades e filtrando empatias pendentes. Duas matérias que se confundem deitavam sob o leite de lençóis, transparentes, enraizado em terras distantes, mais longe do que a imaginação dos pobres homens. Era um cheiro cor de camélia rosada a exalar um tato inexplicável. Sentidos que não fazem sentido. Como ser assim? ferida exposta a outra navalha fria e fina deslizando suavemente sob o corpo? Diria de tão gritante que era a euforia do simples arrepio, com pelos e couros enrijecidos. Eram as orelhas e não os tímpanos. 

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Nova morada

Em quantas camadas de tinta
Existiram vidas...
Que sucumbem o anonimato
Com paredes do quarto
Desconhecido antigo lar
Que me faz enxergar
O nunca antes visto
Tecer palavras
É figura nítida de apreensão
Tecedura fibra aguda
Veste com fineza
As duras penas
Carretel em volta o linho
Versos em prosa

Faz-se um ninho