["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

sábado, 28 de novembro de 2015

Objeto em [Pre]posição

O que eu tenho são surtos de ti 
entre...
aparições que assaltam minha’tenção
sobre...
gritantes vertigens, eu diria, talvez
ante...
um fantasma caquético cuja fama: surrupia  
até....
olhares cabulosos que atormentam a Paz
em...
ponto e linha, fazendo-se ponte as palavras minhas
contra...
desatinada e invariável condição.



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Amor abortado

Religiosamente te trago, junto a mim
Não porque queira
Mas de natureza inevitável
Buscando explicações onde não há o explicável
Tragando o orgulho mergulhado
Por medíocres situações possíveis
De encontros não marcados

Em triângulos por ângulos separados
Eu aí e você aqui
Pontilhando o que é de resto
Acúmulos nostálgicos aos ventos
Só sei que vou seguir
Engulo a seco cada dobra do tempo
Enquanto disfarço o que é de dentro
Toda força do sentir...







Anistia

Dou a mim a anistia
No dobro do peso
Em quantia e mais valia
Pra minha’ alma descansar

Contudo, a espera foi morte
De esperança em muitas guerras
Partindo, estilhaço, notoriamente quebrado
Onde ninguém ousa andar nesta terra

O que eu queria era te dar
Cada músculo do meu corpo em gozo
E sobre o teu rosto eternizar
Cada canto em contorno

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Soberbar

É soberbo querer deixar
Para lá
O que era dantes
Além mar...
Além do amar...
Por caprichos
Que fazem da memória
Sua tirania


Canção de amor sem fim

E quase que,
Só te respiro
Poupando ar

Enquanto vejo
Estremeço
sensível em pulsar

Silencioso ver...

E quem saberá
Onde foi parar?
Aquilo que nem mesmo sei dizer
Nem tampouco chamar. 



Cores de outono

Outonos são outonos, percorrendo estações
Aqui ou no hemisfério norte ele é sempre o mesmo
Abundante em folhagens velhas distribuídas minuciosamente
Sobre o caminho que mais parece uma tela de pintor artista
Pela delicadeza de transparecer cores de múltipla cor
Amarelo, laranja, vermelho e até marrom...

Pode-se dizer outonear a transgressão da natureza
Que acontece quando as árvores perdem suas vestes para o chão
Nuas e revestidas de tantas outras novas e mais novas flores
Repetindo homeopaticamente a beleza dos dias
É o outono acontecendo querendo ser como de costume outono
Com pitadas de melancolia ao frio bondoso do entardecer...

Mas os outonos não são iguais
Em cada dia há um outono diferente dos outros outonos
Que este outono se faz lembrar.














Dura óssea

Não há perdão, nem haveria de ter
Incrustado no pensamento permissível
Da cópula da culpa. Cujo nome, retrato infame
Ironia de bem dizer... é o  Erro!
Mentira...
Não há perdão para aqueles que não sabem amar
Ocupados por demais com verdades, metidas à intrometidas
Disfarçando assim... qualquer mágoa patética.
Não há abstrato, não há concreto
Não há lamúria, não há choro, nem coisas desse tipo
Não há o que dizer
Não há nada pra ser criado ou crescer sobre as pedras,

torres de marfim...
Vertentes parece a de sempre, pesada.
Com suas caldas longas
cobrindo de serrado
 os caminhos que se encerram.

De noite lá/aqui!
Os lumes é que vagam
sopesando sobre os olhos dos alpendres
As janelas desconfiadas.

E... Quando só penso...

Vem dizer voz baixinha: A CIDADE DORME!
Sonolenta e obesa de si mesma
Ela nos espera... Ela se esfrega
Num mar de preguiça acéfala

Sobre uma luz que mais ofusca
Do que se espera ensinar
Retardando os inocentes desta terra
Talhando a cada dia o Sr. Pensar.

Conforme mandam as leis da natureza
Numa cena de Esteiros
Cosendo ou costurando
Costurando ou cosendo
Tanto faz a feitura

Será sempre a mesma sinfonia
Trabalhando em linha reta
Ainda esbanjando alegria
Nessa máquina: fantasia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

PANAPANÁ

Sei que o teu olhar condensa
Infinita beleza, tão assim...
Sem nome, nem porquês
Reboliço por dentro que destrói
Devassa qualquer fio de pensamento
Que não seja por ti... álibi.

És um Crime!
Sonhar-te a carne desnuda
É a súplica dos meus dias
E quando a noite vem...
Receio ter coragem pra pedir licença
E entrar em ti... nua de mim.

Quero sem medo
Roubar-te a capacidade
De prender-me sem esforço
À memória de teu corpo...
Crente que estais sempre
Na frete, por trás e aos lados... logo ali.


Mas sei também que a dor é nula
Como os conchavos perdidos
Resquícios sem medida
De ousadas manhãs fugidas...
Que ainda formam em meu avesso

Imensa nuvem de panapaná... por fim.