Somnia
["Non... Rien de rien.../
Non... Je ne regrette rien/
C'est payé,/balayé, oublié,/
Je m'en fous du passé!"]
sábado, 30 de julho de 2016
O desenho que corta o olho
Mergulha suavemente
No âmbito do choro
Como um coro em silêncio gélido
Não há oscilação
Nas matrizes regulares
Em quantos lares há solidão?
terça-feira, 26 de julho de 2016
Solene como a vida é
Faltam-me colhões
Pra saber conter paciência
Mesmo diante ironias
De velhas canções
A insana mão
que me pede com veemência
para deitar sobre a luz sórdida
da existência humana
e pôr-me na cara a seriedade
das “bem pensantes” contorções...
domingo, 24 de julho de 2016
À razão
O homem sempre esteve
Fixado na ideia da exatidão
Assim...
Tolo ele pensa
Poder controlar os astros
A natureza
E tudo quanto é tudo em volta dela
Vitruvianos ou não
Retângulos de ouro
É como arrasta pelos séculos o ser
A corrente da mais perversa prisão
Da palavra feita pluma
Que dão cócegas
A vã filosofia
Chamada razão...
quinta-feira, 7 de julho de 2016
À Dona
Amaste-me
como a um sopro de impulso
pondo sobre a carga de meu nome
vossa santa pátria
replicando algum bem querer
desdenhado um tanto absurdo
Tua cria sem quereres ser
que fostes tua...
E rasgo os panos forrados
dos assentos já fadados
das garras minhas
Sou felino pra bem dizer...
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