["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

quarta-feira, 27 de março de 2013

A ausência no cais




Três pilares
Dois desconhecem um deles
A euforia de um Mestre
Dos disfarces
Criam pernas ligeiras
Nas ruas de um antigo Recife
Escondem-se dos olhos opostos
Permitem-se ao gozo lambuzado
Correndo as cortinas de um quarto qualquer
Duma madrugada já quase finda

Rompem o anonimato...

Agora são carnes pertencidas
De uma rígida força animalesca
Penetração do mastro na flor encardida
Desnudos de alma e sentimentos
Servos de uma frustração

Rasgam as faces

Brincam pervertidos
Entre o claro e o escuro
Num jogo desconexo em feixe de luz
Amantes de suas próprias vontades
A sós em trio se partem

E já na chegada...

Sorriem naturalmente
Do fétido ato arapuqueado 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Com (verso) sem verso



Firo e me refiro
Sorrindo estremeço
Uma picada em dose
Com o veneno feneço

Foge o colo, cala boca, deita alma...

Respiro e me inspiro
Escrevendo me deixo
Trabalho contínuo do meu avesso

Foge o colo, cala boca, deita a alma...

Convivo e me esqueço
Olhando me vejo
Vendo o MORTO que há em meu peito

Deita a alma, cala boca, foge o colo...

quinta-feira, 21 de março de 2013


Pega a pedra e puxa
O estilingue atira
Na linha de nenhuma mira
[A] certa!
De quem é a culpa?
Do sentir... 

Preto


Chegou a passos lentos
Parou
Olhou-me mais do que intimamente
Beleza escura
De uma alma verde
Disse muito
Ainda que não falasse
Sentiu-se bem
Eu também
Lambeu-me as mãos
Como se beijasse para confortar
Alisei seus cabelos
Eram escorregadios
Fez-me rir...
Pronto! desde então tenho amizade com aquele gato preto
Que conheci no meu dia de cão
Tratei logo foi de chama-lo de meu nego