Qual ser não romperia com o esquecer?
Sopro aos pés dos ouvidos um som agudo
Monólogo de Orfeu e suas horas.
“a hora derrama o seu
óleo de amor em mim, amada.”
Qual ser não fruiria do esplendor?
De ver, e estar doente dos olhos
As metamorfoses do querer
“essa vontade de estar
perto, se longe
ou estar mais perto se
perto”
Qual ser não se agarraria a grandeza do sonho?
Perante o encolhimento da realidade
E o admirável
impossível
“Orfeu menos Eurídice: coisa incompreensível!”
Qual ser não se deitaria a espera?
Diante proclame tão alto em dizer
Que outro ser por ti, junto a lua, há de eternizar
“e aqui me deixo rente
quando voltares,
pela lua cheia”