["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

domingo, 8 de dezembro de 2013

Meu filho; mi hiro; my son; my seun; oğlum; mon fils; fili mi; мой сын; 私の息子; Ο γιος μου;我的兒子;...

Em filas...
As recordações de tantas
Refratam o subvertido em minha mente...
Aponta o lápis e vai
Rabisco entre o meio dizer...
Que palavras lambuzam mais do que fere
 E feridas se perdem ao renascer...
Da virtude empírica  
Florir em meu ventre        

O mais belo em abstrato da criação

terça-feira, 16 de abril de 2013

O dia de Desejo

Deslizando sobre corpos ele se sentia antropofágico
Entre subidas e descidas de íngremes curvas
E colos molhados de viva transpiração
Provocados, os três deslumbravam de uma furta-cor
Elas de uma flor brotada, ele de uma natural aparição
Se vão...
Passeiam misturados numa estrada epidérmica
Embriagados de nítidas ondas sonoras
Degustam sem muita pressa da loucura ambígua
Onde existe a personificação de uma sensação
Sofregamente consomem-se em bocas e mãos
Explodem...
Em gesto tão singular e simples quanto à beleza da calda dum pavão
Ele agora volta a forma substantiva abstrata de sua criação




terça-feira, 2 de abril de 2013

Ditado pontuado


NÃO!
Não disse nada...
“apenas não quis dizer”
Ou será que não quis?
Disse:
Realmente não tenho nada para dizer,
pois veja que não há mais nada para ser dito.

quarta-feira, 27 de março de 2013

A ausência no cais




Três pilares
Dois desconhecem um deles
A euforia de um Mestre
Dos disfarces
Criam pernas ligeiras
Nas ruas de um antigo Recife
Escondem-se dos olhos opostos
Permitem-se ao gozo lambuzado
Correndo as cortinas de um quarto qualquer
Duma madrugada já quase finda

Rompem o anonimato...

Agora são carnes pertencidas
De uma rígida força animalesca
Penetração do mastro na flor encardida
Desnudos de alma e sentimentos
Servos de uma frustração

Rasgam as faces

Brincam pervertidos
Entre o claro e o escuro
Num jogo desconexo em feixe de luz
Amantes de suas próprias vontades
A sós em trio se partem

E já na chegada...

Sorriem naturalmente
Do fétido ato arapuqueado 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Com (verso) sem verso



Firo e me refiro
Sorrindo estremeço
Uma picada em dose
Com o veneno feneço

Foge o colo, cala boca, deita alma...

Respiro e me inspiro
Escrevendo me deixo
Trabalho contínuo do meu avesso

Foge o colo, cala boca, deita a alma...

Convivo e me esqueço
Olhando me vejo
Vendo o MORTO que há em meu peito

Deita a alma, cala boca, foge o colo...

quinta-feira, 21 de março de 2013


Pega a pedra e puxa
O estilingue atira
Na linha de nenhuma mira
[A] certa!
De quem é a culpa?
Do sentir... 

Preto


Chegou a passos lentos
Parou
Olhou-me mais do que intimamente
Beleza escura
De uma alma verde
Disse muito
Ainda que não falasse
Sentiu-se bem
Eu também
Lambeu-me as mãos
Como se beijasse para confortar
Alisei seus cabelos
Eram escorregadios
Fez-me rir...
Pronto! desde então tenho amizade com aquele gato preto
Que conheci no meu dia de cão
Tratei logo foi de chama-lo de meu nego


sábado, 16 de fevereiro de 2013

??



“Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?”
F.P





Talvez as pequenas certezas me sejam falhas
Talvez eu não saiba nada de tão claro sobre o porvir
Talvez a minha mente procure explicações nulas
Talvez eu remeta a Pessoa para deslumbrar uma liberdade qualquer
Mas de nada tenho dúvidas quanto ao meu sentir
 O sentir de uma vontade incessante de poder ouvir, olhar, tocar, falar...
De saber que é terna em minha mente cada lembrança tua
Onde fujo de todas as realidades convencionais prendidas a razão
 Não...
Não procuro entender nada, apenas me deixo correr como um rio
Que deságua no mar sem saber para onde nem de tamanho
Que aguarda a chuva para encher-se de uma vivacidade risonha
Banhando o que foi, o aqui, o agora, e por que não o porvir?
A única fidúcia que trago...
Sou toda sinestesia, todas as sensações  
E as inúmeras interrogações recíprocas que me cercam
Tão interessantes são pelo simples fato de existirem
Deixando o gosto infante por um maior descobrir





quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Um sopro de Jazz


O lento perfume de uma pele
Suavemente percebido
Descreve em silêncio os desejos, um dia amputados
Pois digo que...
Antes o ato que a dor
De um instante perdido
Antes o espasmo que o pesadume
De um êxtase roubado
E assim...
Involuntárias as horas passam
Ao som mudo de um jazz perdido
Ao calor profundo de uma noite embalada

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Beijo






O contato mais profundo do tato é o beijo
Por isso, a minha boca sente sempre vontade de te ver
Nem os olhos podem enxergar tanto
Quanto o teu sorriso tateado pelo meu sorrir

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Olinda

Corri pelas ladeiras
Descobrindo os sabores
Das moças em frevo, coco, ciranda e até samba

Ó' Linda paisagem era ela
Que sem querer cousou em mim
Certo dia a saudade

Mostrando supostamente
Isso... Que os outros chamam
De um tal de AMOR

E me fazendo, assim de mansinho
Nos braços dela me enredar
Pra saudade ir embora

E um sorriso-estandarte
Eu carregar bordado
Dizendo assim:

É HORA DE OLINDAR...