["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]
sábado, 3 de setembro de 2016
"Amor de Beliche”
Uma
janela. Abaixo dela a configuração de um ato, a medida inexata daqueles que
tecem o engano. Poderia, se de fato fosse, ser uma mentira como tantas outras
contadas. Fato era que, naquela noite a alegria andava solta em todos os
cantos: ruas, becos, avenidas, ruelas. Para todos os lados, em nada se pensava
a não ser festejar. Eram dias e noites de glória. Mas, houve um dia, um feliz
dia, em que uma janela faria toda diferença. Um traço do que faria o destino
com aquelas almas ludibriadas, seria o verde nos olhos. Despir-se de si,
despir-se do outro parecia fácil demais, para não dizer confortável demais.
Cama sobre cama, como um edifício se fez montar (uma montanha). Era improvável
tentar deter algum tipo de reação das naturezas presentes, o importante, é que
naquele momento nada existia. Todo o resto é que era uma ficção mal inventada
desses livros que vendem em feira, como baldes. Não se pode dizer que o
silêncio tomou conta do espaço formado, ao contrário, de muito, um pouco se
falou. Descortinando pessoalidades e filtrando empatias pendentes. Duas
matérias que se confundem deitavam sob o leite de lençóis, transparentes,
enraizado em terras distantes, mais longe do que a imaginação dos pobres
homens. Era um cheiro cor de camélia rosada a exalar um tato inexplicável.
Sentidos que não fazem sentido. Como ser assim? ferida exposta a outra navalha
fria e fina deslizando suavemente sob o corpo? Diria de tão gritante que era a
euforia do simples arrepio, com pelos e couros enrijecidos. Eram as orelhas e
não os tímpanos.
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