["Non... Rien de rien.../Non... Je ne regrette rien/C'est payé,/balayé, oublié,/Je m'en fous du passé!"]

terça-feira, 20 de outubro de 2015

O negro e os buracos

 Fui concebido por um buraco
Por um buraco vim ao mundo
Num buraco, foi onde vivi

Primeira cena:
Junto aos ratos...

Em buracos me meti
Crescendo solto na buraqueira
Locus amuenus é meu buraco!

Segunda cena:
Junto as vespas apocritas...

De buraco em buraco
Rompem-se as ruas pelas beiras
Que há em mim esburacada

Terceira cena:
Junto aos gatos...

Me jogaram num buraco
Com tantos outros soterrados
Buracos, de aço, quadrados

Quarta cena:
Junto aos tigres...

Aprendiz de buraco
Lacunado de minha Génesis
Meu estômago é buraco

Quinta cena:
Jantando alguns cães...

De latidos fidalgos
Desconhecidos da buracaria 
Em minha cara com o Ferro faz buraco

Sexta cena:
Longe dos homens...

Sem comentários:

Enviar um comentário